
O vice-prefeito de Lages, Jair Junior (Podemos), foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina por agredir a ex-companheira, em março de 2025.
O político chegou a ser detido e levado até a delegacia para prestar esclarecimentos, mas foi liberado no mesmo dia. Ele pediu afastamento dos cargos que ocupava na istração municipal.
Jair Júnior chegou a ser alvo de processos de impeachment, mas os procedimentos foram suspensos pelo Poder Judiciário. O juiz Sérgio Luiz Junkes, da Vara da Fazenda Pública de Lages, aceitou o pedido de liminar apresentado pelo vice-prefeito para interromper o processo.
Vice-prefeito de Lages é acusado de agressão e cárcere privado 5a305n
A denúncia, apresentada pela 10ª Promotoria de Justiça da Comarca de Lages, cita os crimes de lesão corporal (duas vezes), cárcere privado, perseguição e invasão a dispositivo de informática.

O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) pediu a prisão preventiva do vice-prefeito de Lages durante a audiência de custódia, mas o agente político pagou uma fiança e foi liberado. A sequência das apurações apresentou novos fatos e, agora, ele foi denunciado pelo órgão, tornando-se réu.
Conforme a denúncia, o réu já havia agredido a ex-companheira, pelo menos, uma vez, no primeiro dia do ano, logo após tomar posse para o cargo público.
Na época, os dois ainda namoravam, e o agente político teria apertado os braços e o rosto da vítima por ela não querer postar uma foto com ele nas redes sociais.
O que diz a denúncia? 375h3s
De acordo com a denúncia, na noite anterior à prisão, o réu teria convencido a ex-namorada a entrar no carro para tentar reatar o relacionamento. Porém, ao perceber que não atingiria o objetivo, ele teria dado a partida no veículo e levado a vítima à força até sua casa, chaveado todas as portas e janelas para que ela não pudesse deixar o local, e ligado o ar-condicionado para que possíveis pedidos de socorro não fossem ouvidos pelos vizinhos.

Então, o agente político teria se trancado no banheiro e tentado, sem sucesso, ar o celular da ex-namorada. Na sequência, ele teria saído do cômodo e pedido a senha do aparelho para apagar mensagens comprometedoras, mas não teria sido atendido, então, teria desferido tapas no rosto da vítima e a sufocado com um travesseiro.
A moça só foi liberada do cárcere após dizer que amava o agressor e que não o denunciaria. Porém, mais tarde, ela foi convencida pela irmã a ir até a delegacia registrar um boletim de ocorrência e teria sido seguida pelo agente político enquanto se dirigia ao local. A prisão em flagrante foi feita na rua pela guarnição de plantão e, posteriormente, expediu-se uma medida protetiva para impedir qualquer aproximação.
A denúncia ainda cita vários episódios anteriores em que o agente político teria perseguido a vítima, frequentando os mesmos lugares que ela, enviando mensagens ameaçadoras, acompanhando sua rotina por meio do perfil do Instagram de uma repartição pública, fazendo ligações de números desconhecidos e estacionando o carro próximo à residência dela para coagi-la. O caso segue tendo grande repercussão na cidade.
O que diz a defesa? 1sx6i
Em nota, o escritório Rossi e Ribeiro Advogados, defesa do vice-prefeito de Lages, informa que, desde o primeiro momento, tem atuado lado a lado com a vítima, em cooperação com a Delegacia de Polícia e o MPSC, para garantir que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos e que a justiça seja feita.
“Na qualidade de assistente de acusação, foi elaborado um relatório minucioso, com mais de 40 páginas, reunindo provas consistentes: mensagens, áudios, vídeos e gravações que apontam para a prática de pelo menos cinco crimes, todos reconhecidos e incluídos na denúncia oferecida pelo MPSC.
A investigação revelou, além dos atos de violência doméstica, o modo como eles foram praticados e indícios de que instrumentos da istração pública possam ter sido usados de forma indevida para o cometimento de pelos menos um dos delitos denunciados. Esses elementos, graves e preocupantes, foram devidamente incluídos nos relatórios e na denúncia, destacando a seriedade dos fatos.
Agora, com o recebimento da denúncia, o processo seguirá seu curso. Nas próximas etapas, haverá a audiência de instrução e julgamento, quando as testemunhas serão ouvidas, e ao final, caberá à juíza responsável decidir sobre a responsabilidade penal do réu.
A vítima segue firme, confiando na justiça e na atuação responsável das instituições. Nosso compromisso é com a verdade, a dignidade e a proteção dos direitos.“