O maior roubo já registrado em Santa Catarina. A avaliação é do delegado Anselmo Cruz, diretor da Deic (Diretoria de Investigações Criminais) da Polícia Civil, que está à frente das investigações do assalto que aterrorizou os moradores de Criciúma, no Sul do Estado, durante a madrugada desta terça-feira (1º).
A fala foi feita em coletiva de imprensa concedida nesta manhã na sede da prefeitura de Criciúma. A coletiva contou com a presença do governador Carlos Moisés (PSL), do prefeito Clésio Salvaro (PSDB) e de autoridades da Segurança Pública de Santa Catarina.
De acordo com Cruz, a ação em Criciúma foi “cinematográfica” por conta da organização, planejamento e do armamento pesado utilizado no assalto, como fuzis e metralhadoras.
A polícia aponta a participação de ao menos 30 criminosos, 10 veículos e armamentos sofisticados de grosso calibre, inclusive capaz de perfurar blindados.
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O delegado destacou o trabalho de investigação que vem acontecendo para reunir elementos e vestígios que levem à identificação dos autores.
Para Cruz, não há dúvidas de que se trata de uma ação planejada com vários meses de antecedência e que “isso de pronto, já remete a grupos de fora do Estado”. Ele não descarta, no entanto, a participação de criminosos catarinenses.
“Sabemos que esse tipo de ação é proveniente de fora, especialmente de São Paulo. Não de integrantes de facções criminosas, mas de indivíduos que já são assaltantes e alguns até conhecidos de São Paulo. Possivelmente, são responsáveis pelas ações mais violentas no Brasil nos últimos anos”, disse o delegado.
Fuga em caminhão 3l3o3e
A Polícia não descarta que os criminosos tenham fugido de caminhão saindo do município de Nova Veneza. Um vídeo mostraria um caminhão deixando a mesma região onde foram encontrados os carros utilizados na ação.
“Toda informação colhida é analisada. É uma hipótese e está sendo verificada para ver se procede ou não. A garantia que tenha envolvimento ou não é um trabalho meticuloso e investigativo”, afirmou Cruz durante a coletiva.
Ação sem precedentes 2a3b5z
O tenente-coronel Cristian Dimitri Andrade, do 9º BPM (Batalhão da Polícia Militar) afirmou que o assalto registrado em Criciúma foi uma ação sem precedentes.
O subcomandante-geral da PMSC, coronel Marcelo Pontes, disse que as primeiras informações chegaram por volta das 3h e envolviam disparos de arma de fogo e um caminhão em chamas próximo ao 9º BPM.
Foi feita a contenção da área central e o controle do perímetro. Em seguida, foram acionados es da PMSC como o Choque, o Bope e a aviação. Os agentes também receberam apoio de municípios da região Sul.
Pontes informou ainda que foram encontrados vestígios de sangue dentro de dois veículos que teriam sido usados pelos criminosos durante o assalto.
A suspeita é de que os autores tenham se ferido pela troca de tiros com a polícia e em decorrência do explosivo utilizado na ação. O IGP (Instituto Geral de Perícias) realiza a coleta dos materiais para análise.
“Nunca imaginamos algo tão dramático” 53nb
O prefeito Clésio Salvaro (PSDB), que abriu a coletiva de imprensa, disse que nunca imaginou que a cidade de Criciúma aria por algo tão dramático. O prefeito reeleito disse confiar que os criminosos envolvidos na ação “vão pagar pelo terror provocado em Criciúma”.

Ele ainda agradeceu à polícia e reforçou o pedido para que os agentes de segurança identifiquem os autores. Moisés também destacou o trabalho dos policiais, os considerando “heróis anônimos” e comparou o crime com o assalto no Aeroporto Regional de Blumenau, que ocorreu em março de 2019.
O governador do Estado disse ainda que recebeu o contato do ministro da Justiça, André Mendonça.
“Todo o Brasil tem seu olhar voltado para Santa Catarina porque nossos números não combinam com o episódio dessa madrugada. A polícia precisa trabalhar e precisamos esclarecer o que aconteceu”, falou Moisés.
O delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Koerich, também comentou a magnitude do crime praticado em Criciúma e destacou que as forças policiais “não tolerarão esse tipo de ação”.
“Vamos reunir todos os esforços necessários para identificação e prisão das pessoas que tiveram participação ativa neste crime, para que sejam devidamente responsabilizadas e sintam o peso da mão do Estado”, concluiu Koerich.