Deputada, doutora e pioneira entre as mulheres no gabinete político do Hamas, Jamila al-Shanti morreu aos 64 anos em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza. A informação foi confirmada pelo exército israelense e pelo movimento palestino nesta quinta-feira (19).
Coincidentemente, Aziz al-Rantisi, com quem Al-Shanti foi casada, morreu há quase duas décadas e da mesma forma. Em 2004, o cofundador do Hamas foi alvo de um ataque aéreo de Israel durante a Segunda Intifada – revolta palestina contra a ocupação em Israel, segundo o jornal The Times of Israel.

As informações sobre as circunstâncias da morte de Jamila al-Shanti ainda são escarças. O comunicado do Hamas dá conta que os fatos ocorreram em um ataque aéreo do Exército israelense na noite de quarta-feira, em Jabaliya, no norte do enclave palestino.
Até então, pelo menos quatro membros do gabinete político do movimento palestino foram mortos desde o último dia 7, quando o conflito teve início, segundo o jornal The Times of Israel.
Jamila foi a primeira mulher eleita para o gabinete político do Hamas. Ela ocupou também o cargo de deputada no Parlamento da Autoridade Palestina desde 2006. O órgão legislativo não se reúne desde que o movimento palestino tomou o poder na Faixa de Gaza, em 2007.
Segundo o jornal The Palestine Chronicle, Al-Shanti é doutora em inglês e fundou o movimento feminino do Hamas. Em 2021, Al-Shanti se tornou a primeira mulher a integrar o gabinete político, de 20 membros. Outra mulher, Fatima Shurab, também ou a fazer parte do gabinete nessa época, como chefe da comissão de mulheres do movimento.
Os analistas interpretaram a presença dessas duas mulheres na direção do grupo como um “sinal positivo” enviado para a comunidade internacional.
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Os bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza deixaram mais de 3.500 mortos, segundo o último balanço divulgado pelas autoridades locais.
Mais de 1.400 pessoas morreram em Israel desde 7 de outubro, quando militantes do Hamas lançaram uma ofensiva por terra, mar e ar contra Israel, o ataque mais mortal desde a criação do Estado hebreu, em 1948.