Fenômeno das séries de TV americanas chama a atenção do mercado brasileiro 6r6y4o

Maníacos acompanham dezenas de tramas, enquanto as produtoras brasileiras enxergam um filão 1o5m5r

O que torna os seriados tão viciantes? Diferente dos noveleiros, que se sentam na frente da TV todos os dias no mesmo horário para ver um novo capítulo, os maníacos por séries am horas a fio assistindo maratonas de episódios antigos, organizam a grade de horário de suas séries preferidas nos diferentes canais de TV paga ou correm para baixar episódios inéditos mesmo antes de estrearem no Brasil. Com a democratização da TV por e da banda larga, o fenômeno dos seriados está cada vez mais forte.

A Novelo Filmes, de Florianópolis, é uma das produtoras que tem planos de investir em séries para televisão, aproveitando o aquecimento do mercado com a legislação que estabelece cotas de programação nacional para as TVs pagas. Com isso, Carol Gesser, Will Martins e os outros sócios da empresa têm uma boa desculpa para assistir a quantas séries quiserem. Para eles, além de diversão, é pesquisa, para conhecer o que está sendo feito no mundo — não só nos Estados Unidos, mas também na América Latina e Europa. Juntos eles têm um grupo no Facebook para discutir sua obsessão justificada.

Daniel Queiroz/ND

Obsessão de Carol Gesser e Will Martins, sócios da produtora Novelo Filmes, por séries tem justificativa: é pesquisa

“Hoje a séries de TV nos Estados Unidos estão mais interessantes que o cinema americano. Elas têm mais liberdade de dramaturgia e os atores também estão querendo fazer séries”, diz Will, citando o exemplo de Glenn Close, premiadíssima pela atuação na série “Damages”, e Claire Danes, que estava saindo das telas e migrando para a direção quando assumiu o papel principal em “Homeland”. Séries da HBO como “Mad Men” e “Girls” também são exemplos de material de qualidade sendo produzido para a televisão, e experiências como “American Horror Story”, da Fox, mostram que é possível inovar nos formatos.

No meio desse turbilhão de opções, as séries brasileiras conquistam seu espaço e identidade. “A gente ainda está engatinhando”, diz Marcia Vinci, diretora do núcleo de TV e cinema da O2 Filmes, que já produz para televisão há anos e recentemente criou a série “Contos do Edgar”, que foi ao ar pela Fox. “Mas vamos fomentar o mercado pra ele ir ganhando força e qualidade, se não a gente não vai chegar lá. O americano é bom nisso porque faz muito, e faz muita coisa ruim também”, diz ela.

Indústria nascente no país

A linguagem televisiva de seriado ainda está se desenvolvendo no Brasil. Segundo Marcia Vinci, diretora de TV e cinema da O2, ainda fazemos séries com muita influência da linguagem cinematográfica; desde o trabalho de câmera, a dúvida entre filmar em locação ou estúdio, até as próprias tramas — que às vezes se fecham em si e não têm a longevidade necessária para seguir por muitas temporadas.

Não seria o caso de “Contos do Edgar”, série produzida pela O2 para a Fox, que se inspira na obra de Edgar Allan Poe e poderia dar pano para manga. A história se a em São Paulo e é centrada em Edgar, um homem que fica sem emprego depois que a prefeitura fecha o bar onde trabalhava e ainda tem que lidar com o desaparecimento da mulher. A primeira temporada teve cinco episódios.

Um das dificuldades no país é segurar atores e roteiristas sem a garantia de uma segunda temporada. A questão dos recursos também é um problema, os canais precisam se adaptar e ver o que está dando certo ou não, e os incentivos públicos são atrelados a burocracias. Tudo isso precisa ser resolvido no processo de estruturar uma verdadeira indústria do setor, o que na opinião de Marcia está acontecendo. “O mercado está muito quente. E vemos pela própria equipe que as pessoas estão se segmentando, se profissionalizando, criando uma indústria mesmo.”

Velhos amigos na TV

As séries fazem parte da rotina de Eduardo Varela e Kris Kuchenbecker. O casal acabou de se mudar para um apartamento próprio e não hesitou em comprar um grande quadro da extinta série “Friends” para decorar a parede da sala. Os DVDs de diferentes temporadas na estante e o histórico do Netflix não mentem: eles são fãs de Ross, Rachel, Monica, Chandler, Joey e Phoebe. “A gente só dorme vendo ‘Friends’. Precisa ter o barulhinho no fundo”, diz Eduardo.

O sucesso da série de comédia, que teve dez temporadas entre 1994 e 2004, é inegável — e ao mesmo tempo difícil de explicar. “Acho que é tudo muito bem amarrado. E é uma história atemporal”, diz Kris. “Quando a gente se apega aos personagens, parece ser algo muito próximo da gente”, opina Eduardo. Os dois vêm de uma geração que cresceu assistindo “Friends”, e que não se cansa de ver cada episódio dezenas de vezes.

Embora mantenham o hábito de assistir sua série favorita sempre, Eduardo e Kris também dão chance às novas. Juntos, eles assistem principalmente comédias, como “Big Bang Theory”, “Modern Family”, “How I Met Your Mother” e “Community”. Mas também têm os gostos pessoais — Eduardo vê “Game of Thrones”, e Kris acompanha “2 Broke Girls” e “Gossip Girl”.

Agenda lotada

É difícil entender como, mas o ator Malcon Bauer equilibra sua agenda para acompanhar 32 séries simultaneamente. Algumas ele vê na TV a cabo, outras baixa na internet, e além disso tem prateleiras cheias de coletâneas de DVDs de outras séries que já saíram do ar. Ele é um maníaco por séries assumido. Algumas de suas favoritas atuais são “Dexter”, “American Horror Story”, “Game of Thrones”, “How I Met Your Mother”, “Big Bang Theory” e “The Following”.

“Eu sempre gostei de seriados, sempre preferi esse modelo à novela”, conta ele, que desde criança assistia os seriados que avam na TV aberta nos anos 80 e 90: “Punky, a levada da breca”, “Alfie”, “Anos Incríveis”, e “Chaves”, é claro. Mas foi quando começaram a aparecer coletâneas de DVDs para vender que ele se rendeu. A primeira série que viu do início ao fim foi “Sex and the City”, uma de suas preferidas.

Para Malcon, as pessoas gostam de séries porque é uma oportunidade de viver uma realidade alternativa. Ele brincou com um amigo, que reclamava que a vida de Carrie, Charlotte, Miranda e Samantha, de “Sex and the City”, era muito melhor que a sua: “São 20 minutos de série por semana, divido pelas quatro — dá cinco minutos de coisas interessantes na vida de cada uma. Se nossa vida fosse editada, também daria 20 minutos de uma boa série”, ri.

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