Depois de 50 anos, o cometa ZTF, recentemente descoberto pela Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), deve se aproximar mais uma vez da órbita do planeta Terra. De acordo com as informações da agência, ele poderá ser visto no dia 1º de fevereiro no hemisfério sul, quando estará mais próximo da Terra, a 42,5 milhões de quilômetros de distância.

O cometa ZTF (C/2022 E3) foi descoberto por astrônomos em março de 2022 e registrado pela câmera acoplada ao telescópio Samuel Oschin, que fica no Observatório Palomar, na Califórnia, nos Estados Unidos, enquanto ainda orbitava próximo a Júpiter.
A última vez que o cometa ou pelo planeta Terra foi durante o período quaternário, em que os primeiros hominídeos eram Neandertais. Com uma forma pequena e uma mancha leitosa no céu noturno, o cometa poderá ser visto a olho nu em áreas sem luminosidade.
“Os cometas são notoriamente imprevisíveis, mas, se este continuar com sua tendência atual de brilho, será fácil detectá-lo com binóculos, e é possível que se torne visível a olho nu sob o céu escuro”, afirmou a Nasa.
“O cometa ZTF pode se tornar visível a olho nu. Esta enorme bola de neve foi brilhando à medida em que se aproxima do Sol e da Terra. À medida que se aproximam do Sol, o brilho dos cometas é notoriamente difícil de prever. Na imagem apresentada, em frente há um pitoresco campo estelar, três caudas de íons azuis se estendem para o canto superior direito, provavelmente o resultado de um vento solar variável sobre os íons ejetados pelo núcleo gelado do cometa”.
“A cauda de poeira branca do cometa é visível no canto superior esquerdo e é muito mais curta. O brilho verde é o coma do cometa, causado pelo gás carbônico brilhante. Espera-se que o cometa ZTF e mais próximo da Terra no início de fevereiro, após o que deve escurecer drasticamente”, segundo o portal oficial da Nasa.
Em Santa Catarina? 1cd3v
O astrofísico da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) Alexandre Zabot explicou como será possível a observação do cometa em Santa Catarina, e também esclareceu alguns pontos.
“Ele fica o tempo todo em órbita do Sol e, a partir de fevereiro, se aproxima mais da Terra, favorecendo a visualização, pois nos parece mais brilhante, ele ainda está muito no hemisfério norte, mas se deslocando para o hemisfério sul”, disse.
Alexandre explica que “em geral, o cometa é visível só com binóculos. A grande maioria dos cometas não é visível a olho nu, porém, ainda não há certeza em relação a esse caso”.
Questionado se mesmo em um local sem a incidência da iluminação das grandes cidades será possível observar a olho nu, Alexandre explicou que “mesmo contando com um céu bem escuro, a observação está além da nossa capacidade visual”.
“O brilho dos cometas é o resultado da interação do gás desse corpo celeste com o sol. O gelo é evaporado e se houver uma grande liberação de gás nessa evaporação, pode ter um brilho maior e acabar sendo visível. Mas isso depende da dinâmica do aquecimento do material, algo bem difícil de prever. Se tivermos sorte, o cometa pode acabar ficando muito brilhante, mas não é o usual”, explicou o especialista.