Se engana quem pensa que as novas tecnologias sejam o fator principal para o avanço do comércio on-line. São os próprios consumidores que inspiram mudanças e desafiam os antigos modelos de negócio.
É com foco neles que as lojas devem desenvolver uma estratégia de vendas, pensando sobretudo na conveniência, comodidade e informação – os três pilares do e-commerce.

Um exemplo é a omnicanalidade, que é a combinação de canais físicos e virtuais de uma empresa. “Quanto mais canais a empresa tiver com o consumidor, mais ele gosta da marca”, garante o especialista em omnichannel, sistemas ERP e e-commerce e diretor de Relacionamento do E-Commerce Brasil, Samuel Gonsales.
Outra tendência – já mais do que consolidada – é o uso das redes sociais.
Se antes elas serviam para promover os produtos, hoje eles são vendidos ali mesmo.
Seja nos superapps, onde você encontra de tudo, seja no novo Live Commerce, onde o usuário pode fazer uma compra enquanto assiste uma transmissão ao vivo nas redes.
Com o surgimento do Pix e o desenvolvimento dos bancos digitais, a rapidez nos processos financeiros facilitou ainda mais esse tipo de transação.
O diretor de Comunicação da Neotrust, Julio Pacheco, destaca as inovações nas formas de pagamento: “Com o Pix, o Brasil se tornou um dos países mais modernos do ponto de vista de meios de pagamentos ou transações. A tendência é ver uma evolução muito rápida nesse viés, e por ser um país tão grande e diverso, saímos na frente”.
O que vem por aí? 6i6759
A WGSN é uma empresa líder em tendências de comportamento e consumo, que estuda desde cenários de longo prazo, como grandes inovações tecnológicas daqui a dez anos, quanto tendências atuais que já ganharam aderência.
A expert do futuro na empresa, Mariana Santiloni, explica que para isso é preciso entender a necessidade do consumidor e o seu contexto.
Ela afirma que, com o aumento do tempo em casa e da comunicação por meio de telas, a linha entre o mundo físico e o digital tende a ficar mais tênue.
“Com os consumidores se acostumando aos cenários ‘figitais’, irão parar de questionar o que é real e o que é ficção e abraçar a hibridização”, aposta Mariana, citando o Metaverso – um espaço coletivo e compartilhado na web associado a tecnologias que recriam a experiência física no ambiente digital, formando relacionamentos que são, ao mesmo tempo, on-line e offline.
O recurso nasce como uma estratégia omnichannel, interligando diferentes ferramentas para estreitar a relação físico-digital e aprimorar a experiência do usuário.
Ele seria o sucessor da internet que conhecemos hoje, resultando em novas oportunidades de produtos, serviços, trabalhos e negócios.
E-commerce representa 12% do varejo brasileiro 516s5e
O e-commerce, ou comércio eletrônico, nada mais é do que as transações comerciais feitas totalmente de forma online, seja em lojas virtuais, aplicativos ou marketplaces.
Essa modalidade já representa quase 12% de todo o varejo brasileiro, segundo levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). E esse número pode chegar a 40% – média atual de países como Estados Unidos e China – nos próximos dez anos, como explica o diretor de Relacionamento do E-Commerce Brasil, Samuel Gonsales.

Gonsales explica que essa migração digital já acontece desde 2010, com “novos negócios ditando onde o velho varejo deve ir”. O que começou em empresas maiores já faz com que médias e pequenas empresas também precisem se atualizar e buscar a digitalização.
Vendas crescem 57,4% no primeiro trimestre em relação a 2020 2u1w6f
Pesquisa com os dados do primeiro trimestre de 2021 mostra a continuidade do crescimento das vendas on-line no Brasil.
Segundo a Neotrust, foram 78,5 milhões de compras on-line nos três primeiros meses do ano, um aumento de 57,4% em relação ao mesmo período de 2020.
Estas compras resultaram em um faturamento de R$ 35,2 bilhões entre janeiro e março deste ano, mais 72,2% na comparação com 2020.
“No começo deste ano havia expectativa de redução da intensidade da expansão, mas com a chegada da nova variante da Covid-19 e novas ondas de contaminação no país, nos deparamos com evolução ainda mais intensa das vendas no e-commerce, não somente brasileiro, mas ao redor do mundo”, analisa o CEO da Neotrust, Fabrício Dantas ao apresentar o relatório.
Entrevista: Luciana Cavalcanti Ramos Ikedo 592zl
“O pix é uma invenção revolucionária”
Luciana Cavalcanti Ramos Ikedo, CEO e fundadora da Ikedo Investimentos, fala sobre as revoluções trazidas pelo pix, forma de pagamento eletrônico usada em mais de 50 países e regulamentada no Brasil em 2020.
Com experiência em bancos como Santander e Itaú, Luciana é de São José dos Campos (SP) e também criou o projeto “Vamos Falar Sobre Dinheiro?”.

O pix é invenção revolucionária para relações de consumo?
Sim. É invenção revolucionária, porque estamos falando de um meio de pagamento instantâneo, que funciona imediatamente, 365 dias por ano, 24 horas por dia. Tínhamos, até então, outras formas de transferência, como a TED, em um ado bem recente, exclusiva para valores de até R$ 5 mil. Foi decrescendo, até que pudesse ser para qualquer valor, mas ainda estava limitada aos dias úteis, em horário determinado. Tinha limitação. Ou o DOC, que entrava só à meia-noite. O pix, além da facilidade, tira o custo das transferências. Não tem uma tarifa. Você consegue pagar valores bem pequenos, imediatamente, para pessoa física ou jurídica. É revolucionário..
É tendência mundial?
Pagamentos instantâneos, como pix, existem em mais de 50 países, não é algo exclusivo do Brasil. Mas, de todo modo, o pix é um grande case de sucesso aqui. É seguro, amplamente usado e, realmente, possibilitou grande avanço. Por exemplo: nas barracas da feira, você paga todo mundo com pix. ‘Ah mas já dava pra pagar com cartão’. Sim, é possível, mas o comerciante paga taxa para uso do cartão.
E para o consumidor?
Temos uma população que ainda tem rejeição muito grande ao cartão de crédito. Muitos usavam, mas preferiam acertar os pequenos gastos em dinheiro. Com o pix, isso se torna desnecessário.
O pix fez as grandes instituições financeiras melhorarem os serviços?
Com certeza. As inovações trazem mais competitividade, tudo contribui para a melhora do serviço final. Tenho certeza que isso ajuda a melhorar o produto que o banco oferecia e faz as empresas terem mais atratividade para o consumidor final.