Na semana em que o município de São José comemora 273 anos, foi entregue à população um moderno Centro de Inovação e Tecnologia Educacional destinado a atender alunos e professores da rede municipal. O local dispõe de salas multidisciplinares com equipamentos modernos, como óculos de realidade virtual, kits para robótica, impressora 3D e cortadora a laser. Não se pode comparar com a primeira escolinha multisseriada que foi instalada pouco depois que os imigrantes portugueses chegaram a São José da Terra Firme, vindos do Arquipélago dos Açores na década de 1750.
O Centro de Inovação e Tecnologia Educacional, segundo a diretora Luciana Schmitz, tem capacidade para atender simultaneamente quatro turmas com 25 alunos da rede municipal de ensino nos diversos ambientes que compõe a escola e já abriu a agenda para a reserva de datas para as escolas e para grupos de professores.

Um grande projeto que deve ser lançado até o final deste ano é um complexo educacional que está sendo projetado para atender mais de 4.000 alunos da educação infantil e fundamental em tempo integral e que será construído em uma área verde no bairro Areias, e disporá de anfiteatro, horto florestal, espaços de inovação tecnológica, criação e de convivência, quadras poliesportivas e uma pista de atletismo. Tudo funcionará com energia solar. A ideia é que o local, de 77 m², consiga reunir tecnologia, sustentabilidade e inserção das crianças na natureza. A comunidade do entorno também poderá usufruir da estrutura.
Com todo o aparato tecnológico para ser usado como ferramenta pedagógica, há também a preocupação em capacitar os professores para garantir a agem dos antigos métodos pedagógicos e entrar no mundo digital. Pensando nisso, a Secretaria Municipal de Educação implantará em abril um programa de capacitação permanente, o “Educarweb”, para o uso de sistemas educacionais, que será iniciado com capacitação presencial para diretores, professores e secretários de escolas.
“Com o uso da tecnologia, o ensino público vai virar a chave daquele tempo da ‘pedagogia da nuca’, em que os alunos ficavam atrás um do outro e o professor falava, e fazer a mudança, a transposição, que é ter o professor como mentor, e assim possa gerar conhecimento e inovação junto com os alunos, que am a ser protagonistas de sua própria aprendizagem”, destaca a secretária Municipal de Educação de São José, Maria Helena Krüger.
O meio ambiente na terra e no mar
A Escola do Meio Ambiente está instalada no interior do Parque dos Sabiás, uma área verde de 35 hectares no bairro Forquilhas com vegetação típica da mata atlântica. A instituição recebe turmas de alunos da rede municipal que participam de palestras sobre educação ambiental, questões como as mudanças climáticas e a conservação dos biomas.

Após a apresentação, os alunos percorrem uma trilha interpretativa, onde são vistas nascentes de cursos d’água de afluentes do rio Forquilhas que corre ali perto. “Durante a trilha é explicado aos alunos a importância da preservação das nascentes, a importância da água, e a riqueza da biodiversidade dessa mata atlântica, que é a região em que estamos”, explica a diretora da escola, professora Cinthya Persike.
Os alunos, depois da trilha, recebem orientações sobre a destinação dos resíduos sólidos. As embalagens plásticas ou laminadas onde estão acondicionados os lanches levados pelas crianças são usadas como exemplo de como esses itens podem ser nocivos ao meio ambiente em caso de serem descartados de forma incorreta. A visita é encerrada com uma oficina de plantio no próprio parque onde os aprendizes colocam a mão na terra, como foi o caso de Ana Beatriz, de seis anos. “Eu fiz uma plantinha”, disse timidamente. A coleguinha dela, Laura, com a mesma idade, já avisou que vai contar aos pais que “não pode matar as formiguinhas, os bichinhos e as aranhas…”.

Já o Centro de Educação Ambiental Escola do Mar, localizado no bairro Serraria, em frente à Baía Norte, nasceu na istração do prefeito Fernando Elias, em 2005, com o propósito de atender os pescadores e suas famílias que trabalhavam naquela região, com vistas a mostrar alternativas de diversificação de atividades, já que a pesca de arrasto que era a modalidade praticada não tinha sustentabilidade. Além disso, os filhos dos pescadores não queriam continuar na mesma atividade dos pais.
A diretora Valdete Pereira explica que a escola já começou com a perspectiva ambiental. “O prefeito pensou em uma escola em que se trabalhariam questões de preservação e conservação do meio ambiente”. O diferencial era o barco-escola, com a capacidade de 40 ageiros e três tripulantes, que foi premiado nacionalmente pelo pioneirismo da iniciativa. Atualmente o barco-escola está sendo adaptado à legislação náutica para voltar a navegar.
Enquanto o barco-escola aguarda no estaleiro, a Escola do Mar lançou outro projeto igualmente inovador e também premiado: Robótica Educacional e Meio Ambiente, que é coordenado pelo professor André Colla e que recebeu o segundo lugar no 2°Edital de Projetos de Responsabilidade Social “Energia à Educação”, promovido pela empresa Engie.
O professor Colla explica que a ideia era aproveitar o espaço da escola para fazer a união entre a sustentabilidade, o meio ambiente e a tecnologia. Como a tecnologia pode auxiliar e incentivar os alunos a questões ambientais. “Nós temos problemáticas ambientais, tem soluções para elas, e a partir do uso da tecnologia, fazemos a proposta para que os alunos possam criar, inovar, dar ideias. A robótica permite isso, a construção das ideias”.
Entre os projetos desenvolvidos por alunos estão protótipos de um robô que limpa a areia da praia e outro desenvolvido para a irrigação de plantações agrícolas.
Iniciativa simples e premiada
Ainda no campo da preservação ambiental, um projeto que surgiu em uma aula de língua portuguesa, na Escola Aldo Câmara da Silva, no bairro Nossa Senhora do Rosário, tomou dimensão nacional. A professora Fabiana Nogueira Caetano Mina propôs aos alunos do nono ano do ensino fundamental a criação de um texto sobre “o uso de descartáveis e o impacto no meio ambiente” e provocou o interesse instantâneo de todos obre ao assunto.
A professora conta que a atividade avançou para outras turmas e saiu do âmbito da escola, sendo o projeto reconhecido e premiado por diversas entidades. “No município de São José algumas escolas iniciaram ações inspiradas no case da Aldo Câmara, como as escolas Maria da Graça e São Miguel, além de iniciativas em três escolas particulares da Grande Florianópolis”, destaca Fabiana. Fora do Estado, o projeto foi implantado em uma escola em Santos (SP), no interior da Bahia, e em 150 escolas no Estado do Rio de Janeiro.
Educação em números
21.894 Alunos matriculados nos CEI e CEM
4.012 Alunos matriculados nas escolas profissionais
1.552 Professores
576 Auxiliares de ensino
490 Auxiliares de sala
40 CEIs (Centro de Educação Infantil)
24 CEMs (Centro Educacional Municipal)
2 Escolas ambientais
7 Escolas profissionais