Os estragos causados pela tragédia climática, em solo gaúcho, deixam um rastro de prejuízos nos mais diversos segmentos. Em 469 municípios, moradores precisam se virar para reparar os danos sofridos em casas, apartamentos, veículos e até propriedades rurais, que foram duramente castigadas pelas enchentes.

O de empresas, Lucas Glanert, teve que deixar o apartamento onde vive com a esposa porque o edifício ficou completamente alagado, em Porto Alegre. Após três semanas, ele conseguiu retornar ao endereço para avaliar a gravidade dos estragos.
“Perdemos tudo o que tínhamos no depósito, que fica na garagem, que é andar térreo, desde produtos de limpeza, decoração de Natal, documentos e equipamentos de trabalho. Alugamos um flat por uns dias e agora estamos na casa da minha sogra. Fora o custo de tudo isso, ainda teremos que arcar com as áreas comuns do prédio”, relata Glanert.

Como o apartamento do é financiado, ele possui cobertura de seguro residencial, acionado nesta semana. Assim como ele, mais de 23,4 mil gaúchos entraram em contato com a corretora para solicitar as indenizações.
Este levantamento é da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e compreende o período de 28 de abril e 22 de maio de 2024, quando o estado gaúcho foi atingido pelas enchentes. Segundo as 140 empresas associadas, os sinistros já somam R$1,673 bilhão a serem pagos aos clientes.
Até agora, os seguros mais procurados pelas vítimas das enchentes foram o Residencial e o Habitacional, que juntos somaram 11.396 sinistros e cerca de R$ 240 milhões em pagamentos previstos. O seguro Automóvel aparece em segundo lugar, com 8.216 acionamentos, superando os R$ 557 milhões.
“Os clientes residenciais, de automóveis, de propriedades agrícolas ou corporativas ainda estão contabilizando suas perdas e não acionaram suas seguradoras. Por isso, qualquer estimativa neste momento sobre o impacto nos danos patrimoniais é precipitada”, afirma o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira.
Vítimas das enchentes i1k3h
Esta foi a primeira vez que Lucas e a esposa precisaram acionar o seguro, visto como uma garantia pelo casal. Entre estadia, alimentação, roupas e outros itens comprados emergencialmente, os gastos já estão na casa dos R$ 10 mil.
“Sem o seguro, seria extremamente difícil lidar com os custos. Provavelmente teria que recorrer a um empréstimo para cobrir os prejuízos. Teremos uma vistoria nos próximos dias e espero que dê tudo certo porque esses gastos não estavam no nosso planejamento”, destaca.
Os seguros agrícolas (993 sinistros) e contra grandes riscos, (386 sinistros) somam R$ 557 milhões em indenizações. Este tipo, contra grandes riscos, são seguros corporativos voltados à preservação de infraestruturas.
Os demais seguros, como o Empresarial, Transporte, Riscos Diversos e Riscos de Engenharia, totalizam 2.450 avisos de sinistros, pouco mais de R$ 322 milhões em aporte indenizatório.