A enxurrada que atingiu Orleans e outros municípios do Sul catarinense soterrou nessa quinta-feira (5) a estatua do artista plástico Zé Diabo e danificou também a obra “Esculturas do Paredão”, feita pelo artista. As peças estavam localizadas na rua Etienne Stawiarki, às margens do Rio Tubarão.
Em nota, o Unibave (Centro Universitário Barriga Verde), responsável pelas obras, informou que ainda está avaliando os prejuízos. Também indicou que fará a remoção do entulho na segunda-feira (9), quando o terreno estiver menos úmido e sem riscos para novos desabamentos.
A previsão é que na terça-feira (10) o tráfego no local já esteja liberado. A Defesa Civil do município também monitora o local, e a residência que fica acima do morro foi interditada.
Além disso, a unidade educacional explicou que a limpeza no Paredão, atividade feita para remover limo e a vegetação, estava prevista para acontecer no início de junho, mas, por conta do deslizamento, precisará ser reavaliada.
Sobre o paredão e a estátua 95gp
A estátua do artista Zé Diabo foi inaugurada em agosto de 2021, no aniversário do município. Ele foi responsável por esculpir as “Esculturas do Paredão”. A ideia nasceu em 1977, com projeto inicial de 26 painéis.
Três anos depois a obra foi iniciada e paralisada em 1987. Na época, o Padre João Leonir Dall’Alba, fundador da Febave (Fundação Barriga Verde) contratou o artista Zé Diabo para fazer a obra.
Em 1984, um convênio com a Fundação Catarinense de Cultura até chegou a colaborar com o empreendimento, mas, por falta de verbas, os trabalhos foram paralisados.
Os painéis são esculpidos na rocha e variam entre três e dez metros quadrados. Cada traz a representação de uma agem bíblica: Primeira Missa no Brasil, Catequese dos Índios, Criação do Homem, Sacrifício de Abraão, agem do Mar Vermelho, Templo de Rei Salomão, Dois Últimos Profetas do Antigo Testamento, Anunciação e Nascimento de Cristo.
A obra foi esculpida pelo artista, contratado pela instituição, e a visitação é gratuita.
Situação crítica em Orleans 4v6625
Em Orleans, os estragos provocados pelas chuvas foram severos. A cidade foi a primeira a decretar situação de emergência no Sul do Estado, após ter ponte parcialmente destruída e outras áreas interditadas por conta de deslizamentos e alagamentos.
Segundo a prefeitura, quatro pontes de concreto sobre o Rio Brusque, de mais de 30 metros, e mais de dez pontes de madeira, localizadas no interior da cidade, foram levadas pela correnteza.
Ainda conforme a istração municipal, a escola estadual Costa Carneiro teve a fundação prejudicada e deve ar por novas avaliações da Defesa Civil.
Além disso, duas estradas estão com transito interrompido após cederem e 12 famílias foram retiradas das suas casas por precaução.