Um casal catarinense que mora há três meses em Orlando, na Flórida, vive momentos de tensão diante da chegada do furacão Milton nos Estados Unidos. Quando o alerta foi lançado, na segunda-feira (7), a dentista Eduarda Coelho Campos, 38 anos, estava prestes a dar à luz no hospital.

Natural de Florianópolis, o profissional de marketing digital Jorge Campos, 45 anos, conta que a esposa já estava anestesiada para começar o parto cesárea no instante em que todos os celulares apitaram com o primeiro alerta do furacão Milton.
“Imagina a cena da minha esposa deitada, já com tudo pronto para começar a cirurgia, e todos os telefones do centro cirúrgico tocaram ao mesmo tempo”, lembra o catarinense.
A equipe médica ou dois minutos avaliando se cancelava o procedimento, porém, como o alarme era adiantado para 36 horas, decidiram seguir com a cirurgia. O filho George nasceu às 17h de segunda-feira.
“Foi um misto de tensão e alegria quando bebê nasceu perfeito”, celebra Jorge.
Na terça-feira (8), veio a confirmação de que o furacão Milton de fato atingiria a costa dos Estados Unidos. A angústia do casal aumentou, pois não sabiam quando receberiam alta e precisariam deixar o hospital.
“Minha esposa fez cesariana, o que nos deixou mais apreensivo ainda pois caso ela precisasse de alguma assistência a gente saberia que não voltaria para o hospital pelo menos por um dia”, pondera.
Família catarinense contou com a solidariedade de brasileiros 462nm
Eduarda Coelho Campos e o recém-nascido George receberam alta do hospital na quarta-feira (9), às 15h.
“A maioria dos mercados já estavam fechados e acabamos contando com a solidariedade dos brasileiros que moram no mesmo condomínio que o nosso”, relata Jorge com exclusividade ao ND Mais.
“Ficamos muito apreensivos de faltar luz com recém-nascido de dois dias, mas um vizinho que tinha gerador chegou a se oferece caso faltasse luz, o que felizmente não ocorreu”, completa.
A energia elétrica falhou algumas vezes e Jorge Campos ou a madrugada acordado, até as 4h da manhã, para garantir que a família não tivesse problemas.
“A partir das 17h, o tempo fechou bastante. Das 20h até 1h só piorou a chuva e tivemos que colocar contenções na porta e na janela para que a água não entrasse na nossa casa”, detalha.
Às 10h, no entanto, a chuva se intensificou. As contenções ajudaram a impedir a entrada da água em casa, mas alguns vizinhos da família catarinense tiveram a cozinha alagada mesmo com as janelas vedadas.
agem do furacão Milton deixou 10 mortos nos Estados Unidos 1br6m
Após atingir o estado da Flórida com ventos de 205 km/h na quarta-feira, o furacão Milton perdeu sua intensidade nesta quinta-feira (10). As autoridades de segurança, contudo, mantêm o alerta para a periculosidade do fenômeno.
O furacão Milton foi reclassificado nesta manhã pelo NHC (Centro Nacional de Furacões) para a categoria 1, a mais baixa na escala que vai até 5. Durante a noite, foram registados ventos de até 165 km/h.
A megatempestade provocou inundações, destruição de casas, queda de árvores e apagões. Já foram registradas dez mortes na Flórida e mais de 3 milhões de pessoas estão sem luz.
O presidente estadunidense Joe Biden reforçou o temor gerado pelo furacão Milton. “Esta pode ser a pior tempestade a atingir a Flórida em mais de um século, e se Deus quiser não será, mas está parecendo assim agora”, advertiu nesta quinta-feira.