Nesses 24 anos dedicados ao jornalismo esportivo já tive a oportunidade de participar de grandes matérias e coberturas e também de entrevistar muita gente interessante. É cada encontro loko. Encontros do mundo jornalístico esportivo.
A lista tem campeões mundiais de surf como Kelly Slater e Gabriel Medina; craques do naipe de Zico, Romário, Cafú, Roberto Carlos, Edmundo, Mauro Ovelha, Badú, Albeneir; professores e “profexôres” como Luxemburgo, Emerson Leão, Dorival Junior, Parreira, Geninho, Eutrópio, Dal Pozzo, Dunga, Muricy, Ceni; feras da F1 como Rubens Barrichello, Felipe Massa e Michael Schumacher.

Tem mais? Tem sim, na humildade, bons papos com Popó no boxe; Vanderlei Silva, Vitor Belfort, Thiago Tavares, Cris Cyborg e Anderson Silva do M.M.A., Rickson Grace no jiu-jitsu, Pedro Barros, Sandro Dias, Isadora Pacheco, Yndiara Asp, Emily Antunes e Christian Hosoi no skate…uma listinha variada.
De uma forma geral muito mais surpresas agradáveis do que decepções nessas entrevistas (um dia eu conto essas histórias mais chatas). Foram tantos esportistas que renderam bons papos e inesquecíveis momentos (pra mim, é claro), que é difícil lembrar de todo mundo. Visitei André Santos em Londres para uma matéria. Já tá valendo.

Nas quadras de tênis, vou destacar as muitas entrevistas e coletivas de imprensa com o ídolo Gustavo Kuerten e um encontro muito inesperado com a fera Rafael Nadal.
Em 2012 eu e minha esposa de férias, fomos visitar a Karen, uma amiga que mora em Barcelona, na Espanha. Desembarcamos na Europa em Madrid, onde aríamos uns dias. Assim que chegamos, fomos resolver aquela preocupação com as malas. Chegaram? Bagagens ok, estávamos no saguão do aeroporto, organizando a logística para solicitar um táxi até o hotel.
Foi a Estella que avistou a fera e disse: “Mancha, não é aquele tenista?” Ele já era um baita ídolo do esporte e vinha caminhando tranquilo, sozinho e falando ao telefone. Sem seguranças, sem assessores, sorrindo, com o celular na orelha em uma animada conversa.
Rapidamente pedi para a esposa preparar a câmera fotográfica digital (naquela época não tínhamos um ‘espertofone’ com câmera) e arrisquei no portunhol made in Canasvieiras: “Rafa, puesso sacar una fotita?”. Ele sorriu, parou na hora, pediu “um minuto” para a pessoa ao telefone e fez pose pra foto.
Registro feito, reforcei com a esposa aquele clássico “tira mais uma pra garantir”. Fiz um breve comentário sobre a temporada, elogiei a vitoriosa carreira e mandei aquela “jo soy de Florianópolis, Brasil, la tierra de Guga Kuerten”. Ele abriu um sorriso gigante, mostrou as oito oitavas da arcada dentária e disse algo como “que massa” em espanhol.
Agradeci a atenção e desde aquele encontro, virei fã. Em simpatia e carinho com os manezinhos pelo mundo, ele também é campeão.
