Em reunião com jornalistas para apresentação do balanço financeiro de Santa Catarina, o governador Jorginho Mello citou a implantação de um BRT na Grande Florianópolis. O projeto, que prevê um corredor exclusivo para ônibus, seria uma das soluções para o trânsito na região e ligaria Santo Amaro da Imperatriz ao norte da Ilha de Santa Catarina.

Em entrevista ao Grupo ND, o secretário de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos, Paulo Bornhausen, comentou que a ideia é inspirada no modelo de Itajaí e seria implementada na região da capital catarinense. Na década ada, houve um estudo chamado Plamus, que previa a interligação dos municípios da Grande Florianópolis, mas o projeto não avançou.
“A diferença em relação ao projeto ado é que antes o estado impunha um modelo aos municípios, o que não funcionava. Agora, o governador chamou os prefeitos dos 22 municípios da região para construir um projeto em conjunto, respeitando as necessidades locais”, afirmou o secretário.
O que se sabe sobre a possibilidade de um BRT na Grande Florianópolis e2p6j
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Segundo o secretário, Santa Catarina já tem os recursos garantidos pelo Banco Mundial para iniciar os estudos e, em um curto espaço de tempo, definir a melhor solução.

“Provavelmente, o sistema será baseado no BRT, com corredores exclusivos, mas também poderá incluir VLT, dependendo dos estudos econômicos e financeiros. A tarifa tem que ser ível e o transporte precisa ser rápido, eficiente e confortável, com wi-fi e ar-condicionado”, declarou.
Além do Banco Mundial, os recursos devem vir de uma combinação de fontes, segundo Bornhausen. “O governo estadual dará e, mas os municípios também terão papel fundamental no projeto”, disse.
Trajeto do BRT na Grande Florianópolis 27445x
Conforme o governador Jorginho Mello, o projeto implementado ligaria Santo Amaro da Imperatriz ao norte da Ilha de Santa Catarina, beneficiando Palhoça, São José e Florianópolis. Segundo ele, os estudos vão definir o traçado.
BRT ou VLT? 23r4q
O BRT (Bus Rapid Transit) é um sistema de transporte baseado em ônibus articulados que circulam em corredores exclusivos, com estações de embarque rápidas e alta capacidade de ageiros. É visto como um modelo mais flexível e econômico, podendo ser implementado mais rapidamente.

Já o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) é um trem urbano de menor porte, movido a eletricidade, que opera em trilhos. O custo de implantação é mais alto, envolvendo eletrificação, instalação de trilhos e manutenção específica.
“O objetivo é oferecer um transporte com capacidade, segurança, conforto e uma tarifa ível, que caiba no bolso das pessoas. Um sistema luxuoso, como um trem de alta velocidade, pode ser inviável economicamente”, afirmou Bornhausen.
Quando ficaria pronto o projeto? 5c3j23
Segundo o secretário de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos, o projeto será implementado em fases e, se todas as etapas derem certo, o estado deve ter a licitação e o início das obras em até dois anos.
“Ele não será concluído de um dia para o outro. A ideia é que tenhamos entregas intermediárias já nos primeiros anos, como será feito na região de Itajaí”, destacou.

Em quatro ou cinco anos, a estimativa é que boa parte do sistema pode estar funcionando, especialmente os corredores principais. O projeto completo, porém, é visto como “algo para 20 anos”.
“É um projeto que nunca vai parar, porque a população vai continuar crescendo. Se você puxar o BRT até Santo Amaro da Imperatriz, provavelmente vai precisar subir até Águas Mornas, talvez subir a Serra até Rancho Queimado. Começa uma extensão do programa”, explicou.
Segundo o secretário, a expectativa é que o tempo de deslocamento diminua consideravelmente com o sistema. “Quem sai do norte da Ilha e vai até o Centro chega a levar uma hora. Com o BRT, levaria por volta de 15 a 20 minutos”, finalizou.