*Reportagem atualizada às 13h10 de 07/05

O motorista de 30 anos, que atropelou e matou Gabriel dos Santos e deixou ferida uma policial militar, alegou que não viu as vítimas e fugiu porque não possui CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Ele prestou depoimento à Polícia Civil na tarde da terça-feira (6), em Curitibanos, no Meio-Oeste de Santa Catarina.
O atropelamento aconteceu no início da noite da segunda-feira (5), na rua Fioravante Ortigari, nas proximidades do Jardim Botânico. A policial militar, Kelly Rodrigues, de 39 anos, socorria Gabriel, de 29, após ele supostamente sofrer um mal súbito.
Enquanto ajudava o homem na rua, ambos foram atropelados. Devido à gravidade, Gabriel não resistiu aos ferimentos e morreu ao dar entrada no hospital. Já a policial militar, sofreu fratura no joelho direito e uma luxação no ombro. Ela ou por procedimento cirúrgico e está em estado estável, sem risco de vida.
Na delegacia, o motorista que atropelou policial e matou homem deu sua versão dos fatos.
“Ele alegou que transitava em velocidade normal. Disse que o local tinha baixa luminosidade e a policial e a outra vítima estavam abaixados, sem nenhum aviso luminoso”, revelou a delegada de Polícia Civil de Curitibanos, Grace Clos.
Segundo ela, o motorista, que é morador de Curitibanos, disse que dava uma volta na cidade após alguns compromissos no comércio. “Ele alegou que estava distraído e acabou batendo nas vítimas. Não é habilitado e por isso disse que fugiu”, detalhou.

Motorista que atropelou policial e matou homem não foi preso 443p2x
À delegada, motorista que atropelou policial e matou homem disse que chegou a dar voltas pelo local para certificar que as vítimas estavam sendo socorridas, mas fugiu por não ser habilitado. O homem não foi preso, uma vez que, conforme Grace, não há elementos para uma prisão preventiva no momento.
Ele responderá por homicídio culposo, lesão corporal em acidente de trânsito, fuga de local de acidente e omissão de socorro. A pena varia conforme o julgamento do juiz.
Após o interrogatório do motorista que atropelou policial e matou homem, outras testemunhas serão ouvidas, bem como a policial militar, quando receber alta hospitalar.
O que diz a defesa do motorista? 9615
A defesa de Alisson Ademir Fernandes de Oliveira disse, por meio de nota, que o motorista se apresentou voluntariamente à delegacia para prestar esclarecimentos e colaborar com a apuração da verdade.
Destacou que não houve intenção dolosa e a via estava escura e sem sinalização adequada, assim como na viatura parada, o que, segundo a defesa, teria contribuído para o acidente. Já as luzes do carro estariam todas ligadas.
A defesa também desmente que o motorista tenha atropelado por duas vezes a vítima e que câmeras de segurança do local afastam essa informação. “É absolutamente mentiroso, até criminal tal alegação”.
O motorista também diz que ou pelo teste de consumo de álcool e o resultado negativo foi apresentado às autoridades.
“O motorista, muito abalado emocionalmente, deixou o local do acidente por medo, após perceber que as vítimas já estavam sendo socorridas. Ainda assim, não se furtou a prestar todos os esclarecimentos, demonstrando desde o início disposição para colaborar com a verdade”, complementa a nota.

‘Era minha esposa no chão’, diz bombeiro sobre atropelamento com morte em SC 5z383z
O que parecia mais uma ocorrência de rotina para o Corpo de Bombeiros se transformou em um dos momentos mais difíceis da carreira do sargento Adriano Roberto Kieski.
Ao atender a um chamado de atropelamento, ele descobriu que uma das vítimas era sua esposa, a cabo da Polícia Militar Kelly.
“O primeiro chamado foi de um atropelamento. Era uma vítima só, sem carro no local, então nossa ambulância foi atender. Três minutos depois veio outro chamado de atropelamento. A solicitante era minha esposa. Ela estava no chão, pedindo socorro, depois de também ter sido atropelada.”

“Tentou salvar a vida dele” 27371y
Kelly estava em serviço pela Rede Catarina e, ao avistar Gabriel caído na via, parou a viatura para prestar socorro.
“Ela teve o instinto de salvar o rapaz. Quando viu que o carro viria contra ele, agarrou nele tentando tirar da frente, mas não conseguiu. Ambos foram atingidos”, disse o sargento.
Ao chegar ao local, Adriano conta que o choque foi imediato: “A gente, bombeiro, está acostumado a atender. Mas quando é da família, tudo muda. Vi o sangue, não sabia se era dela. Ela estava caída, sendo amparada pelos colegas. Muito sangue na cabeça, dor nas pernas, escoriações. Foi desesperador.”