OK! É muito provável que iremos voar de carro, sim 1cl6y

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Estão em desenvolvimento, inclusive no Brasil, tecnologias para esse tipo de transporte; em 2021, um carro com asas já cruzou a Eslováquia

Foi ainda nos anos 1960 que o famoso desenho animado “Os Jetsons” vislumbrou um futuro onde carros voadores seriam o meio de transporte mais popular do planeta. O seriado imaginava como seria o mundo no ano de 2062, mas quatro décadas antes a humanidade já ensaia os primeiros voos de carros com asas.

No dia 28 de junho deste ano, a empresa Klein Vision colocou em teste o Air Car Prototype 1. Em um trajeto que durou 1h40min para percorrer a distância entre Nitra e Bratislava, cidades da Eslováquia, foram 35 minutos no ar.

Eve Urban Air está sendo desenvolvido pela Embraer enquanto que, em junho, o Air Car 1 (detalhe) fez uma viagem que levaria quase duas horas em pouco mais de 30 minutos – Foto: Divulgação/NDEve Urban Air está sendo desenvolvido pela Embraer enquanto que, em junho, o Air Car 1 (detalhe) fez uma viagem que levaria quase duas horas em pouco mais de 30 minutos – Foto: Divulgação/ND

Ao todo, o modelo testado já acumula mais de 40 horas de vôo, tendo atingido uma altura de 8.200 pés, em uma velocidade máxima que chegou a 190 km/h.

O segundo protótipo já está em fase de desenvolvimento e poderá alcançar a velocidade de 300 km/h.

No Brasil, está em fase de testes o Eve Urban Air, da Embraer. Trata-se de um veículo elétrico que decola e pousa verticalmente, com capacidade para transportar ageiros.

Ainda está distante o dia em que veremos carros voadores eando pelos ares ao lado de pássaros e drones, mas, como se diz, o futuro é logo ali.

Em terra, próximo o é dispensar os motoristas 5g2e1n

O que parece ser uma realidade mais tangível a curto prazo é a popularização dos veículos autônomos — aqueles em que um sistema computadorizado é quem pilota o carro, sem a necessidade de uma pessoa atrás do volante.

“O veículo sem motorista é uma realidade. Estão realizando testes em várias cidades do mundo, e chegará às ruas rapidamente. A questão é se vamos nos adaptar ao que vai acontecer ou vamos nos planejar e adequar o sistema”, aponta Melissa Belato Fortes, arquiteta e urbanista, doutora pela USP.

A Ford, por exemplo, anunciou em julho que irá disponibilizar até o final do ano os primeiros automóveis autônomos para uso do público por meio de um aplicativo.

Inicialmente será apenas em Miami, na Flórida, mas ano que vem o veículo deverá estar disponível em outras cidades dos EUA.

Por outro lado, a complexidade dos desafios de se garantir um transporte eficaz e seguro sem motoristas têm freado as pretensões de algumas empresas.

A Uber, por exemplo, freou seus planos de táxis autônomos e vendeu a divisão de desenvolvimento para a empresa Aurora por US$ 4 bilhões — metade do valor avaliado em 2019.

“Esses veículos são altamente dotados de sensores que identificam obstáculos, problemas, se comunicam com outros veículos”, comenta Fortes. Justamente por essa complexidade necessária para garantir a segurança do transporte é que ainda vai demorar um pouco para vermos carros sem motoristas em boa parte do mundo.

O buraco é mais embaixo: realidade brasileira é complexa 6v2h71

Se os testes têm sido promissores nos EUA, feitos em ambientes controlados e vias largas e bem pavimentadas, no Brasil o buraco é mais embaixo.

As condições de tráfego nas ruas e estradas brasileiras exigem uma complexidade ainda maior dos sensores.

“Nas cidades do futuro vamos ter navegação veicular autônoma, mas aqui no Brasil vai ser mais tarde do que em países do primeiro mundo, porque precisamos de outras tecnologias. Temos que nos preparar para pedestres se comportando de forma imprevisível, buracos nas ruas, estradas de terra e também para baratear a tecnologia”, avalia Aldo von Wangenheim, professor do Centro Tecnológico da UFSC, que orienta um projeto de desenvolvimento de veículo autônomo.

Carro caído em buraco, em Blumenau, é um triste exemplo da situação caótica das ruas e rodovias nacionais – Foto: Stêvão Lima/NDCarro caído em buraco, em Blumenau, é um triste exemplo da situação caótica das ruas e rodovias nacionais – Foto: Stêvão Lima/ND

Colega de universidade, o coordenador do Observatório de Mobilidade Urbana da UFSC, Bernardo Meyer, indica que nos próximos anos veremos, aos poucos, a incorporação de tecnologias autônomas no sistema de transporte, antes mesmo de vermos os carros sem motoristas circulando nas ruas.

“Vamos ver uma gradativa incorporação de tecnologias no transporte público, como pagamentos eletrônicos, não mais em dinheiro, inclusive sem cobradores. Isso poderá significar uma redução na força de trabalho dentro dos ônibus”, afirma Meyer.

“Nas cidades do futuro vamos ter navegação veicular autônoma, mas aqui vai ser mais tarde do que em países do primeiro mundo, porque precisamos de outras tecnologias. Temos que nos preparar para pedestres se comportando de forma imprevisível, buracos nas ruas, estradas de terra e também para baratear a tecnologia.” – Aldo von Wangenheim, pesquisador sobre veículo autônomo.